Cultura, Gente e Gestão, Liderança

O RH pode ser o motivo de fracasso ou de sucesso de uma empresa.

Há poucos anos atrás, temas como contratação de gente sem diploma, era uma abstração no RH. Também o trabalho sem o controle de horas através do ponto, ou a decadência dos processos de avaliação de desempenho. Em paralelo a esses, outras dezenas de temas precisam ser objeto de forte reflexão pelos profissionais do RH, sob pena de se tornarem fósseis vivos e sem interesse e utilidade para as empresas. Os efeitos das novas tecnologiasSeja no campo de R&S ou de T&D, as plataformas digitais chegaram para ficar. Portanto, o que era visto como competência do profissional de RH, já foi substituido pelo algoritmo dos novos sistemas. Ou seja, a tecnologia entrega serviços melhores, isentos de erros e com muito mais agilidade. Como resultado disso, existem plataformas em que o requisitante da vaga, administra ele próprio o processo. Inclusive fazendo todo o acompanhamento dos candidatos até o encerramento da contratação. E na sua empresa, como funciona isso? Você ainda está esperando o RH ter tempo para atender sua requisição?As avaliações formais de desempenho, estão sendo cada vez mais substituidas pelas conversas pontuais de correção ou de reconhecimento.Os programas de treinamento com previsão para um ano, já são vistos como obsoletos por não atenderem as demandas não previstas e capacitar as pessoas em habilidades que não serão utilizadas. Um ano tornou-se um prazo muito longo e que não atende a dinâmica atual das empresas.Por isso mesmo, o modelo em que o próprio colaborador cuida de se capacitar (heutagogia) é cada vez mais aplicado e solicitado pelas pessoas.A necessidade de novos comportamentosEm suma, é imperioso que os profissionais de RH, reflitam sobre quais novos comportamentos devem ser desenvolvidos. Eu estou falando dos comportamentos deles mesmos. Primeiro, de maneira a atender seus clientes internos, e depois a trazer para eles próprios mais segurança no desempenho do papel.Muitos profissionais da área estão reticentes em adotar novas posturas. Continuam a falar de mudanças, a ver entrar pela porta da frente todo um novo cenário, sem que, no entanto, eles próprios assumam o protagonismo disso.

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Pior ainda, são aqueles que alegam falta de recursos, de dinheiro, de pessoas. Em verdade, para esses a mudança de cultura é algo distante, pois além de tudo se acham vítimas da realidade.O caminho novoDa mesma forma que as outras áreas estão sendo impactadas pelas inovações, também o RH  está. Por isso mesmo, é impensável ficar fora dessa. E assim, alguns pontos devem ser pensados:1 – conhecer profundamente o negócio da sua empresa – sim, pasmem mas ainda tem RHs que sabem pouco sobre os negócios, os produtos e como eles chegam até os clientes.2 – abandonar posturas de “eu sei, eu tenho o poder” para posturas de compartilhamento, de fazer junto – ainda tem RHs que governam através do budget de treinamento ou de contratação.3 – esquecer o papel de especialista e assumir definitivamente a postura do consultor interno – tem gente que ainda gosta de ser chamada pelo cliente para fazer serviços burocráticos e não para pensar soluções.4 – cuidar menos dos procedimentos trabalhistas e mais da cultura da empresa – advogados em RH vão me odiar por isso, mas o fato é que tem mais valor a construção de uma cultura forte e baseada em valores do que a aplicação dessa ou daquela regra  interna. E finalmente, é crucial que assumam uma postura estratégica, sendo capazes de falar de igual para igual com qualquer nível da organização. O RH está preparado para isso?Cabe ao profissional da área, além de identificar as competências para o futuro, desenvolver ele mesmo as novas competências para a transformação digital em curso. E um bom começo para isso é não entregar nenhum processo de mudança de cultura para áreas de MKT, TI ou Inovação, como eu tenho visto acontecer.Mudança de cultura é de competência da área de Gestão Humana sim e, portanto, cabe ao RH capitanear a mesma. Para isso, o profissional deve apoiar-se nos valores e propósitos definidos e agir como o fiel da balança em todas as situações. Portanto, o desenvolvimento de pensamento crítico é imperioso para esse profissional, que será o modelador dos novos comportamentos e depois dos procedimentos a serem adotados por todos.Mesmo os processos mais técnicos a serem implantados, devem beber na fonte da orientação das premissas criadas pelo RH.Por favor, não nadamos até aqui para morrer na praia. Está na hora de cada profissional de RH levantar-se, preparar-se e agir, sob pena de que se não o fizer, será “engolido” por outra área ou profissão. Como também já tenho visto acontecer.Mas não, não quero nem pensar nisso. Prefiro acreditar que os colegas de gestão, darão mais que conta dessa missão, fazendo desse momento, um novo momento de superação. Dessa forma, entregando muito mais valor para seus clientes internos e fazendo jus ao nobre papel do RH na empresa.