Gente e Gestão, Liderança

Gerente, um cargo em extinção – você está preparado para isso?

Não é força de expressão. Pode parecer assustador, aliás é assustador, pois desde que Henry Fayol, há quase cem anos, associou as cinco funções básicas da administração (planejamento, organização, pessoal, direção e controle) ao gerente, nos acostumamos a ver nessa figura, o centralizador das informações, o direcionador de rumos e o dono das respostas. Você está preparado para a mudança?Mas isso tudo acabou. Somente que alguns ainda não perceberam. Como toda mudança envolve alguma perda, sabemos graças a Elizabeth Kubler Ross (psiquiatra suíça e criadora da tanatologia) que o primeiro passo é justamente a dificuldade em perceber a mudança. O segundo, nossa negativa frente à perda.Como isso tudo leva tempo para ser processado, tem gerente por ai que continua se achando. Pior, tem CEO, diretor e outros mais, que falam quase todos os dias em inovação, mudança e resultados, mas que nunca se dispuseram a refletir sobre seu jeito centralizador e verticalizado de gerenciar. Aprenderam na escola e de pai para filho, que as coisas sempre foram assim e quando no exercício de cargos de direção, só fazem reproduzir modelos, sem perceber que já eram. Sem dar conta que já foram ultrapassados e nem perceberam. Que a única coisa que lhes restou é o poder efêmero e cada vez mais passageiro. Aquele que esvai pelas mãos já no próximo exercício ou até a próxima reunião de resultados do conselho.Na verdade, na minha opinião, o desmonte do modelo tradicional já ocorre há algumas décadas e só serviu enquanto o negócio tinha alvos fixos e paisagens estáveis. O mundo atual requer fluidez total na gestão e muitos tem dificuldades em se distanciar de suas áreas seguras. Razões porquê o cargo de Gerente será extinto

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Mesmo em um país atrasado como o nosso no uso de IA e de processos inteligentes e onde a mão de obra é em geral pouco qualificada para a função; os colaboradores são cada vez mais chamados a tarefas que exigem multi habilidades e, portanto, necessitam construir soluções para aquilo que são demandados. Mesmo nesse ambiente então, o papel clássico de um supervisor que oriente a realização dos trabalhos é algo cada vez menos necessário. Imagine então quando os robôs, movidos pela IA forem realidade por aqui.Assim, a figura do gerente tradicional perde totalmente o sentido nesse contexto. Infelizmente, dias atrás ao visitar uma empresa, descobri no meio da produção a figura de um “dedo-duro” implantado lá pelo dono para observar as pessoas e anotar quem – na visão dele é claro – trabalha ou não. Essa é a distância que ainda temos entre o que lemos nas revistas no mundo e aquilo que ainda é realidade em nosso país.Claro, alguns poderão dizer se tratar de uma pequena empresa. E sim, é verdade. Mas, o que dizer então de grupos multinacionais em que os CEOs insistem em fazer “micro gerenciamento”. Usam parte relevante do dia para se apropriar de ocorrências banais para a função, mas das quais não abrem mão. Para eles, a necessidade de controle é tão imperiosa quanto o ar que respiram. Mas controlar até o recrutamento de estagiários é demais, não acham? Com isso, esquecem que o controle e a direção, como ensinou Fayol, já não servem mais. Ao menos não para aqueles que se preocupam de verdade com o futuro. O seu próprio e o do negócio.O futuro exige que o pensamento do gerente parta do restritivo para o expansivo. Ou seja, ele gerente, precisa desenvolver mais e mais a capacidade de cada pessoa da sua equipe para tomar decisões. Cada vez melhores e mais autônomas.Precisa sair do exclusivo e partir para o inclusivo, criando círculos de pessoas com todos os níveis hierárquicos e de forma a incentivar o florescimento de ideias novas e soluções inovadoras. Isso significa viver com quem é diferente e respeitá-lo verdadeiramente.Muitos gerentes ainda acreditam que se tiverem procedimentos no estado da arte, tudo estará resolvido. Outro engano terrível e causa da falência do cargo. Afinal, a maioria dos problemas do negócio nos tempos atuais sequer foram identificados. O cliente mudou, o mercado mudou, a forma de fazer negócio mudou. E para onde, ninguém sabe ao certo.Nesse cenário é muito mais valioso ter flexibilidade para criar alternativas de soluções do que recorrer a procedimentos escritos e muitas vezes ultrapassados.Esse comportamento faz parte da ação inovadora que muito CEOs tem na ponta da língua mas que na prática, na hora “H” adoram recorrer ao manual. De inovação mesmo, só o discurso.Outra prática antiga e que no mundo atual sinaliza a extinção do cargo de gerente é que esses parecem gostar de resolver problemas. Aliás as pessoas se acostumaram a buscá-los para isso. Só que isso precisa mudar para um comportamento que instigue suas equipes a buscarem sempre e sempre novas soluções e desafios. Esse sim seu novo papel.E finalmente, aja como um empreendedor e não como um empregador. É comum os colaboradores jogarem no lixo a visão do cliente, os sistemas de avaliação, os propósitos da empresa, por simplesmente entenderem que é mais importante agradar seus gerentes do que fazer o certo. Nessa hora deixam de trabalhar para a empresa e atendem somente àquele que tem poder de decidir seu futuro na organização. Aí é que o mundo desaba completamente. Então? Você está preparado para lidar com essas mudanças? Está disposto a desapegar das suas conquistas?Para saber mais sobre a cultura da liderança clique aqui.Veja aqui o  que a addestro pode fazer para ajudá-lo enquanto gerente.Escreva para mim. Quero ouvir suas reflexões e comentários.