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Os sindicatos não cuidaram da mudança de cultura e vão morrer por isso. Já vão tarde.

Nos anos 80, o clamor dos trabalhadores, reféns de condições inseguras e pouco dignas de trabalho, deu surgimento ao Movimento Sindical Brasileiro. Por isso, no setor automotivo, emergiram os primeiros sindicatos. Estes se organizaram utilizando a cartilha socialista como bússola das suas ações de defesa dos direitos dos trabalhadores.No início dos anos 2000, já fortemente estruturados, eram seguidos por milhares de outros pequenos sindicatos. Da mesma forma, criados para surfar na onda daquilo que viria a ser um grande negócio para alguns nesse país.Nessa época, com direitos trabalhistas já conquistados e copiados por outras classes, os dirigentes sindicais no Brasil, se perderam.Primeiro porque ficaram apavonados com o prestígio e o poder (sim, eles de novo) que passaram a gozar. Além é claro das polpudas somas de dinheiro oriundas das contribuições sindicais obrigatórias, pagas por todo trabalhador brasileiro. 

 

Por decreto


 

Era assim, por decreto desde 1940, que empregados e empregadores eram obrigados a pagar um dia de trabalho no ano para os primeiros. Além disso,  um percentual do capital social da empresa (pasmem) para os segundos.Regados a tanto dinheiro, chegamos em 2018 com o assustador número de 11.300 sindicatos ativos no país, além de mais outros 5.100 patronais.Para uma comparação do absurdo que é esse número, os EUA que tem população econômica ativa maior que o Brasil, tem apenas 190 sindicatos.No Brasil existe sindicato esdrúxulo como o da Indústria de Guarda Chuvas e Bengalas de São Paulo. Ou o da Indústria de Camisas para Homens e Chapéus de Senhoras no Rio de Janeiro.A lei é tão irracional que não importa que uma empresa de serviços de consultoria contribua para o Sindicatos de Bares e Restaurantes. Desde que contribua. 

 

Sem cuidar da mudança de cultura, os sindicatos morreram


 

Justamente no início dos anos 2000, quando as conquistas trabalhistas estavam consolidadas e os sindicatos gozavam de todo o prestígio, era a hora de fazer a mudança de cultura. Portanto, de entender que o trabalhador brasileiro, de qualquer que fosse o segmento, já tinha aspirações e necessidades diferentes daquelas dos anos 80.Mas é claro que a miopia oriunda do poder e do dinheiro, somadas às diretrizes marxistas que orientavam os “donos” dos sindicatos, impediram de enxergar isso. E depois disso, os mesmos continuaram no seu discurso contra o capital, sem perceberem também que estavam contra os trabalhadores. Um paradoxo de propósito.Em outras palavras, no início dos anos 2000, o Movimento Sindical Brasileiro devia ter feito uma recapitulação e redefinido seus propósitos. Isso por exemplo, teria permitido um trabalho conjunto com empresários e empresas, de forma que toda a força estrutural dos sindicatos, fossem usadas na formação e capacitação dos novos trabalhadores. Em conclusão, preparando o país para viver o avanço das tecnologias e da liberdade dos mercados mundiais.

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A cartilha marxista como bola de ferro no pé


 

Infelizmente a esquerda burra como sempre, intolerante como sempre, não arredou o pé dos conceitos marxistas. Da mesma forma, continuou defendendo barreiras protecionistas, trabalhando para dificultar ao máximo a vida de empresas e empresários. Repetindo o mesmíssimo discurso dos anos 80, condenou o país a ser um dos últimos redutos no mundo da ideologia imbecilizante que prega que o ser humano é uma vítima. Que não é capaz de protagonizar sua própria história e por isso mesmo precisa de “defensores” dos seus direitos. 

 

Uma lambança geral


 

Como resultado, abrir sindicato no Brasil é fácil. Precisa só combinar a fatia que os políticos donos do Ministério do Trabalho vão receber por fora. Isso mesmo, todos os minimamente informados pela mídia em geral, sabem do que estou falando. Eu mesmo conheço trabalhador que nunca passou do ensino médio, mas que quando virou presidente de sindicato, passou a desfilar de Mercedes e a morar em mansão do dia pra noite.O problema é que essa gente acostuma com os mimos do poder e não quer largar, provocando estragos cada vez maiores no já carcomido modelo trabalhista brasileiro. 

 

Enfim, o fim chegou!


 

O fim da contribuição sindical obrigatória, definido pela Lei 13.467 de julho de 2017 e confirmada pelo STF em junho deste ano, foi o tiro necessário para que os sindicalistas finalmente acordem e desçam dos seus pedestais.E os sinais de que a farra acabou já são visíveis. Os dois maiores sindicatos (CUT e Força Sindical) já colocaram à venda suas sedes e demitiram mais da metade dos seus funcionários.É fácil trabalhar quando se tem um monopólio. Quero ver agora como irão fazer. Que tal eles aplicarem para eles próprios, aquelas regras de não demissão em massa que obrigaram muitas empresas a seguir. O que causou ainda mais dificuldade e levou muitas a total falência.Mesmo com todas as mudanças se desenhando no horizonte, 289 novos sindicatos foram abertos no Brasil só em 2017. O que mostra que o oportunismo de alguns brasileiros não tem mesmo limites.Da minha parte, reconhecida a relevância que o movimento teve nos anos 80, o sindicalismo no Brasil já morreu. E convenhamos, já foi tarde.